A história se repete?

"Procuramos inspiração para as formas novas, em parte nos estilos arcaicos e meio perdidos, ou na franca invenção de espíritos criadores. Sendo aceito esse reviramento de idéias, teremos pelo menos alguns resultados definitivos. Os trabalhos do nosso tempo trarão a marca deste nosso tempo. Os artistas inventores e criadores merecerão outra confiança e respeito que não [aquelas conferidas a] os bons trabalhadores que se ocupam em copiar trabalhos dos seus predecessores.
Aprecio e respeito profundamente o trabalho realmente moderno, que ousa ser francamente moderno, mesmo que não seja sempre do meu (possivelmente mau) gosto. É que, mesmo no pior dos casos, isto nos revela um ser humano trabalhando e vivendo, lutando para expressar alguma coisa do seu tempo, da sua personalidade, do seu ambiente.

Realmente, basta um pouco de raciocínio sadio, lógica sã, de imparcialidade crítica, para levar a gente à conclusão de que sendo o modernismo, mesmo fragmentário como ele se apresenta hoje, uma expressão de energia criadora, não se lhe pode, nem se lhe deve, negar o direito à existência. Ele é fruto da própria existência.
Assim como a vida de hoje se diferencia, fortemente, da de dois séculos passados, também a arte de hoje deve, logicamente, diferenciar-se da arte daqueles tempos."

Correio Paulistano, 29 ago. 1928
Em: WARCHAVCHIK, Gregori. Arquitetura do século XX e outros escritos. São Paulo: Cosac Naify, 2006.

Um comentário:

  1. "What interests me in these structures is when and where to use them. Probing deeper into the different possibilities of these structures, one finds that they are not necessarily just mathematical formulae that have to be done in such and such way or they will fall down, but that there are many equally logical and good ways, which go in many directions"

    - Eero Saarinen, sobre o TWA Terminal, 1956-1960

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